Joguei Super Metroid Pela Primeira Vez, Em 2023!

Divido aqui mais um pouco sobre minha primeira experiência com Super Metroid.


A história que conto hoje é especial.

Porque além de misturar o passado e o presente, posso dizer que foi a primeira grande história que surgiu através da Bigode Games.

Uma história diferente que não seria possível sem as pessoas que me acompanham.

Mas vamos começar do começo, voltando lá para a geração 16 bits.

Muitos ainda lembram, mas para quem não viveu a época ou não sabe, havia naquela geração uma “guerra de consoles”.

Proprietários de Mega Drive viviam brigando e disputando com proprietários de Super Nintendo para “provar” qual dos dois consoles era o melhor.

Algo parecido com o que acontece hoje entre Playstation e Xbox, só que naquela época era sem internet.

Em meio a esse caos, haviam pessoas que nem ligavam pra isso e queriam apenas a diversão que seus videogames tinham a proporcionar.

Era o meu caso e o da maioria de meus amigos.

Sempre adorei meu Mega Drive e era muito feliz com ele.

Mas tinha vários amigos que possuíam um Super Nintendo.

Ao invés de entrarmos nessa disputa, nos mantínhamos unidos e sempre que o assunto videogame surgia, comentávamos sobre as novidades e o que estávamos jogando.

Certo dia, um desses amigos veio eufórico me contar que havia jogado Super Metroid.

Ouvi ele falando deste jogo por semanas, e algumas coisas pareciam boas demais para serem verdade.

Mas como ele não era mentiroso, sempre escutei com muito interesse.

Depois de algum tempo ele me fez praticamente prometer que um dia terminaria Super Metroid.

Tentei argumentar que eu não tinha acesso ao Super Nintendo e provavelmente jamais conseguiria acesso ao jogo.

Mas ele simplesmente insistiu, num tom de: “não desista de jogar, será para o seu próprio bem”.

Muitos anos se passaram desde este dia, até que em 2023 algo aconteceu.


A Missão Super Metroid

Certo dia surgiu uma thumb de Metroid Prime no Youtube, dias após seu relançamento.

Assisti uma parte do vídeo e Metroid ficou em minha mente.

No dia seguinte, por algum motivo que somente algum neurocientista deve saber, essa história que contei acima veio à tona.

Foi literalmente como um submarino voltando à superfície, tudo estava guardado em algum lugar remoto de minha memória.

Lembrei dessa missão dada pelo meu colega.

Capa do clássico Super Metroid de Super Nintendo.
Fonte da Imagem: Nintendo

Não acredito muito em coincidências e decidi então que havia chegado a hora de dar uma chance para Super Metroid.

A missão seria iniciada com décadas de atraso, mas não seria impossível.

Após iniciar o jogo, não demorou muito para confirmar que havia algo especial ali.

Sem muita pretensão, logo após começar a jogar, postei uma screenshot de minha partida no Twitter da Bigode Games, contando brevemente os acontecimentos que narrei acima.

Foi surpreendente ver como imediatamente as pessoas ficaram empolgadas e apoiaram minha jornada.

Enquanto assimilava aquela situação, somei dois mais dois e percebi estava compartilhando algo no mínimo incomum.

Ali estava um fã da SEGA, jogando Super Metroid pela primeira vez em pleno ano de 2023!

Fiquei comovido ao sentir o quanto Super Metroid mexia com as camadas mais profundas dos sentimentos de cada uma daquelas pessoas.

Quem gosta de videogames sabe do que estou falando, a gente reconhece essa paixão de longe.

Porque é algo que também acontece com nós mesmos.

Aquela mesma paixão que sinto ao jogar Streets of Rage, Sonic e outros dos jogos favoritos de minha vida.

No momento não faço streaming, minha produção de vídeos está engatinhando.

Mas decidi que usaria o Twitter para compartilhar um diário de bordo dessa viagem.

Seria uma experiência divertida para os fãs antigos de Super Metroid, que acompanhariam minhas experiências enquanto “noobava” no jogo.

E ao mesmo tempo seria algo que me motivaria, um propulsor que me ajudaria a cumprir esta missão de uma vez por todas.

Foi assim que comecei a relatar os acontecimentos mais marcantes em minhas sessões de jogo.


Super Metroid em 2023

O diário de bordo ficou lá no Twitter, mas decidi fazer esta publicação para registrar alguns detalhes adicionais sobre a minha experiência.

É o tipo de texto que vou querer revisitar daqui a algum tempo, ou se algum dia vier a me questionar se ainda vale a pena jogar.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi que Super Metroid me passou um clima surpreendentemente pesado para um jogo da Nintendo.

Talvez por conhecer pouco sobre os consoles da marca, persistia em minha mente aquela memória de que Nintendo é sinônimo de family friendly.

Que as franquias da Nintendo sempre pendiam para algo mais leve.

Enquanto jogava, era inevitável imaginar como foi impactante para um fã curtir este jogo na época de seu lançamento.

Algo que também me ajudou a entender melhor os motivos que o tornaram tão querido.

Eu poderia “chover no molhado” aqui e falar sobre o quanto os aspectos técnicos do jogo são impressionantes para a época.

Mas acho que dá pra resumir isso dizendo que os belos gráficos, a trilha sonora meio sinistra e a atmosfera de perigo iminente me conquistaram.

Foi fácil observar como tudo ali é bem pensado e bem encaixado, inclusive a movimentação da personagem, que no começo me pareceu ser bem diferente.

Outra coisa que me transportou ao passado foi a diferença como o jogo trata o jogador.

Nada de segurar a mão, de congelar a tela para escrever alguma dica, ou trazer um tutorial a cada 15 segundos.

Ali é o jogador versus o jogo, o personagem buscando por soluções dentro das regras daquele novo universo.

Não estou sendo radical, entendo que os tutoriais e outras técnicas de design sejam importantes para tornar jogos mais acessíveis.

E muitas dessas coisas não existiam nos jogos clássicos por limitações técnicas, ou mesmo porque alguns desses conceitos sequer haviam sido imaginados.

Ainda que de vez em quando alguns desenvolvedores exagerem a ponto de parecer que estão subestimando a inteligência dos jogadores.

Mas é bem legal embarcar num jogo clássico e ter uma experiência mais crua como essa, sentir que o jogo não quer te ajudar a vencer.

Me faz dar ainda mais valor para jogos que oferecem o tutorial de maneira opcional.

E a sensação de recompensa fica ainda maior quando descobrimos algo por nós mesmos.

Na minha humilde opinião os desenvolvedores deveriam considerar uma opção de jogar sem tutorial, antes mesmo de se preocuparem com a criação de uma dificuldade mais elevada.

Em Super Metroid, por exemplo, algumas coisas estavam ali desde o início do jogo, mas só fui descobrir depois de muito tempo, ao me familiarizar mais com as mecânicas.

É muito legal pensar que outras pessoas descobriram algumas coisas bem antes e outras bem depois de mim.

Como a nave no começo do jogo, que demorei um tempão para perceber que era um ponto de restauração.

Curioso como mesmo antes de perceber que o jogo funcionava dessa maneira, sempre que progredia para uma nova área havia a sensação de que estava deixando algo para trás.

Tudo isso foi confirmado quando terminei e surgiram dados sobre meu tempo de jogo e percentual de itens/segredos descobertos.

O jogo me dizendo com outras palavras: “venha jogar de novo, tem mais coisas por aqui”.

Fiquei igualmente impressionado com as mais de 7 horas e 37 minutos que passei em Super Metroid.

Definitivamente não esperava passar todo esse tempo numa única partida de um jogo 16 bits.

Mesmo sendo um jogo com recurso de save, algo inovador para a época.

“Jogar um título como Super Metroid, que inaugurou um novo gênero, é como ter a oportunidade de conversar pessoalmente com alguém que participou de algum evento histórico”.

Jogar um título como Super Metroid, que inaugurou um novo gênero, é como ter a oportunidade de conversar pessoalmente com alguém que participou de algum evento histórico.

Uma experiência que me permitiu rever meu próprio modo de jogar videogames.


A Jornada e o Aprendizado

Como disse anteriormente, essa experiência me ajudou a entender o que leva tanta gente a amar este jogo.

Também me fez confirmar que lá na época da escola meu amigo não estava exagerando, eu realmente não ia me arrepender de terminar Super Metroid.

Infelizmente já faz tempo que perdi o contato com este amigo, não tenho como informá-lo que cumpri o desafio.

Mas espero que esteja onde estiver, ele possa sentir algo positivo.

Por mais que tenha sido uma missão da qual inicialmente eu nem lembrava, foi muito legal colocar um ponto final nela.

É interessante pensar que quando conversava com ele lá no passado, jamais poderia imaginar que as coisas se desenrolariam deste jeito.

Algo que foi falado numa época em que praticamente todas as conversas aconteciam pessoalmente.

E foi concluído numa época totalmente diferente, num site em que eu mesmo escrevo, me comunicando com pessoas que no passado jamais teria a oportunidade de conhecer.

Pessoas que não estão próximas geograficamente, mas que ao longo de todo esse tempo carregaram uma paixão em comum.

Pessoalmente valorizo muito esse tipo de coisa, gosto de olhar o contexto.

E por isso agradeço muito a todos que me acompanharam, e a você que está aqui lendo este meu relato.

Porque isso me faz perceber o poder que há nos videogames, em quantas coisas boas ainda podemos extrair deles além da diversão.


Missão Super Metroid Foi um Sucesso

Gostaria de agradecer especialmente a todos que acompanharam minha jornada no Twitter.

Cada um de vocês foi fundamental para manter minha empolgação em alta, sem vocês talvez teria largado a missão em algum momento.

Foi bem legal o modo gentil como as pessoas reagiam sempre que eu compartilhava algo que para mim era novo, mesmo que para eles estivesse longe de ser novidade.

Esta aventura foi de encontro com o espírito que tento manter aqui, desde que criei a Bigode Games.

Outra coisa muito interessante é como voltar para a geração 16 bits me traz uma sensação boa, independente do console.

Tudo isso me motivou a conhecer mais jogos da Nintendo.

E também motivará a compartilhar mais sobre minhas aventuras, sempre que revisitar os jogos de Mega Drive.

Por fim, gostaria de deixar registrado que essa é uma experiência que eu recomendaria tanto para jogadores quanto para desenvolvedores.

Se existe algum jogo clássico (ou que definiu um marco importante nos games) que você ainda não jogou, tente fazer isso.

É algo que certamente despertará muitos pensamentos sobre sua relação com os videogames.

E no caso dos desenvolvedores, quem sabe se torne uma inspiração para a próxima grande ideia.

Foi uma satisfação dividir isso tudo com você, fica aqui o registro de mais uma missão cumprida.

Uma missão que começou lá na década de 90 e terminou aqui, em 2023.

Que deu origem a uma história diferente de todas as que já contei por aqui.

Abraços!

4 comentários em “Joguei Super Metroid Pela Primeira Vez, Em 2023!”

  1. Grande Bigode!
    Belo relato! Super Metroid é realmente um grande jogo! Aprender observando o que o jogo te mostra é sensacional (menos aquela parte de pular na perede imitando uns bichinhos, rs).
    A atmosfera, a trilha sonora, tudo levemente aterrorizante. Vc não sabe o que o aguarda na próxima porta.
    Muito legal essa promessa ao seu amigo! Sinto falta de alguns amigos da escola com os quais jogava. Hj não tenho ninguém pra jogar um vs ou coop num jogo velho!
    Eu tive um snes e garanto que vc vai encontrar ótimos jogos para descobrir!
    Te sugiro Demon’s Crest da Capcom. Embora a jogabilidade seja mais plataforma, vc adquiri diversas habilidades, assim como em Metroid, e tem que revisitar as fases para descobrir os segredos. Esse tem um tom mais macabro, tanto que jogamos com um demonio.
    Prometo visitar mais seu blog e comentar.

    Grande abraço.

    Mario / Gamer Cansado

    1. Fala meu amigo!

      Muito obrigado pelo comentário, por ter acompanhado minha jornada e pela indicação de Demon’s Crest.
      Esse também é um que já tinha ouvido falar antes em algum lugar, com certeza vou querer jogar!

      Não tem jeito, a geração 16 bits continua fazendo parte da minha vida.
      Sempre jogo um pouco de Mega Drive e tem sido bem legal dedicar um tempo ao Super Nintendo.
      Descobrir pérolas do passado.

      O mundo mudou e pelo menos no mundo dos games a maior parte das coisas mudou para melhor.
      Mas quem viveu em nossa época sabe que algumas coisas fazem muita falta, e essa parte de ter os amigos pra conversar pessoalmente é uma delas.

      Por outro lado tem o Twitter e as outras redes, por onde conhecemos gente nova de todos os lugares, algo que no passado era impossível.
      Ainda que a falta de tempo da vida adulta seja um obstáculo difícil de driblar.

      Se um dia quiser tentar jogar algo, estamos aí!

      Tem um recurso no Steam chamado “Remote Play”, ainda não testei a fundo, mas parece ser uma boa alternativa pra jogar online alguns jogos antigos que não têm multiplayer online por padrão.
      LEGO Indiana Jones, por exemplo, tem este recurso.

      Dá pra chamar alguém pra jogar sem que a pessoa tenha o jogo, e em alguns deles dá até pra você jogar no PC e a pessoa no celular.

      Quando testar vou escrever algo aqui, caso seja legal mesmo e funcione bem.

      E apareça sim, será sempre bem-vindo!

      Grande abraço!
      Barry / Bigode

  2. Que relato incrível! Considero Super Metroid como sendo um dos TOP 5, quiçá TOP 3 do Super Nintendo mesmo, assim como você, tendo jogado ele tardiamente. Detalhe: eu tive o console da Nintendo na época. ^^’

    1. Que legal, Felipe!

      Este é um bom exemplo de que jogos bons são atemporais.

      Era raro um dono de Super Nintendo não ter jogado este jogo, fiquei curioso pra saber o motivo.

      Mas imagino que seja porque era bem mais difícil ter acesso a jogos naquela época, escolher um entre tantos jogos bons nunca era uma missão fácil.

      De qualquer forma antes tarde do que nunca.
      Acredito que sua experiência pode ter sido bem próxima da que eu tive.

      Agradeço pelo comentário e por ter lido meu relato!

      Abraços!

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