Sejam todos bem-vindos à quarta edição do BGA: Bigode Games Awards!
Mais um ano chega ao fim, e novamente tenho o prazer de trazer o Bigode Games Awards!
Esse 2024 passou rápido e teve poucos lançamentos surpreendentes, ao menos para meu gosto pessoal.
Contudo, durante a maior parte do tempo que dediquei aos videogames, me voltei aos clássicos do passado e do meu backlog.
Mesmo com a correria cotidiana, consegui me divertir e terminar alguns jogos.
Algo que resultará numa lista de melhores do ano ainda mais diferente das que você costuma ver por aí.
Isso porque um dos objetivos do Bigode Games Awards é fugir do óbvio sempre que possível.
Aqui compartilho com vocês indicações dos melhores jogos que tive o prazer de curtir de maneira inédita no ano corrente.
Ou seja, não importa o ano de lançamento dos títulos aqui listados.
Só importa que sejam bons, tenham me trazido experiências memoráveis, e tenham sido inéditos para mim.
Em outras palavras, é praticamente uma lista dos melhores jogos que tive o prazer de jogar este ano.
Demorei para chegar neste formato, que venho explorando desde as edições anteriores.
Mas atualmente sem dúvidas ele é o que mais combina com o espírito do site, e do que espero trazer como humilde contribuição para a comunidade.
Sem mais, vamos aos meus vencedores.
MELHOR TRILHA SONORA
River City Girls Zero
Shin Nekketsu Koha: Kunio-tachi no Banka faz parte da clássica série Kunio-Kun, conhecida no Ocidente como River City.
Foi lançado para Super Nintendo, exclusivamente no Japão.
Com o sucesso de River City Girls 1 e 2, em 2022 decidiram trazer este clássico de volta, adaptando o nome para River City Girls Zero.
Sou maluco por versões novas de jogos antigos, e me diverti muito com este.
Também tive o prazer de curtir o efeito “cápsula do tempo”, porque é literalmente um jogo da geração 16 bits que curti de forma inédita em pleno 2024.
Apesar de ser muito bom, não posso dizer que foi o melhor que joguei este ano.
Porém teve um ponto que achei impecável: sua trilha sonora!
Uma legítima trilha da época do SNES, daquelas que ficam gravadas na memória, e ao longo do dia começamos a assobiar as melodias.
Ouvi trilhas muito boas este ano, mas escutar pela primeira vez essa trilha trouxe a curiosa sensação de novidade misturada com nostalgia.
Estranho né?
Sentir nostalgia por algo que você nunca chegou a viver antes.
Coisas que só os games podem nos proporcionar.
Menções Honrosas:
Uncharted 4
Uma belíssima trilha, que tem cara de superprodução dos cinemas.
Qualidade absurda!
Tomb Raider I-III Remastered
Não é uma trilha inédita para mim.
Mas não poderia deixar de comentar sobre Tomb Raider clássico.
Num jogo onde o som ambiente predomina, a trilha sonora incidental surge nos momentos exatos, dando ainda mais charme a este clássico.
Fiquei pensando por algum tempo e não consegui lembrar de outro jogo que utilize tão bem este recurso de trilha sonora incidental.
Algo que é mais comuns em filmes.
Ou seja, a trilha sonora brilha não somente por ser ótima, mas também pela maneira como é utilizada.
MELHOR JOGO DE PLATAFORMA
Sonic Origins
Depois de tanto desejar colocar as mãos nessa coletânea, finalmente consegui!
O lançamento foi cercado de polêmicas, como a decisão duvidosa que levou a SEGA a remover os três primeiros jogos das lojas digitais, abrindo caminho para Sonic Origins.
Também houve o problema de algumas faixas ausentes em sua trilha sonora, algo lamentável e ao mesmo tempo compreensível.
A ausência é justificada por dificuldades com direitos, não por falta de vontade dos produtores.
Talvez alguém me diga: Ah Bigode, você sempre diz que cresceu jogando Sonic e agora vem com essa? Isso só pode ser desculpa para colocar Sonic aqui.
E curiosamente este não é o caso.
Isso porque Sonic Origins de fato me trouxe sensações novas, dentro de jogos que me acompanharam ao longo da vida.
Trouxe grandes mudanças, como a possibilidade de jogar em widescreen sem esticar a tela.
Mas também mudanças sutis, como a taxa de quadros que deixa as fases bônus muito mais suaves.
Com certeza uma das melhores experiências que tive este ano.
E seguirei tendo, porque sempre volto para jogar mais Sonic clássico.
MELHOR JOGO DE PANCADARIA
TMNT Tournament Fighters (Super Nintendo)
Este foi mais um ótimo ano para os jogos de luta!
Tivemos o retorno triunfal de Marvel vs. Capcom, numa coleção contendo os clássicos da franquia.
Tekken 8 também chegou em grande estilo, mantendo a tradição da franquia.
Mas infelizmente ainda não joguei nenhum destes, então decidi não listá-los.
Sim, cheguei a jogar o beta de Tekken 8 e me impressionar com ele, mas ainda assim não conta, já que não era a versão final.
Por outro lado, encontrei um jogo clássico que me divertiu bastante!
Tive o prazer de jogar Teenage Mutant Ninja Turtles Tournament Fighters através do maravilhoso pacote “Cowabunga Collection”.
Não é um jogo perfeito, me deparei com vários problemas.
Mas suas qualidades superam em muito seus defeitos, e não conseguia parar de jogar.
Com sua jogabilidade simples e direta, me surpreendeu muito positivamente.
Nesta mesma coleção existe a versão para Mega Drive deste jogo, porém são jogos bem distintos.
E neste caso acabei preferindo a versão de Super Nintendo.
Por pouca diferença, diga-se de passagem.
MELHOR JOGO DE CORRIDA
Top Racer Collection
Um conjunto com os três primeiros jogos de Top Racer, funcionando nos sistemas atuais, com recursos inéditos.
Lembrando que a franquia era mais conhecida como Top Gear, mas por questões legais foi usado o nome Top Racer.
Foi bom demais ter contato com estes jogos em pleno 2024!
É curioso como Top Racer consegue ser simples e detalhado ao mesmo tempo.
Jogabilidade descomplicada, porém bem ajustada e refinada.
Mecânicas simples e divertidas, porém contendo detalhes como gerenciamento de combustível, passagem pelos boxes.
Sem contar o charme da tela dividida, mesmo quando o adversário está sob comando da CPU.
Os dois outros jogos não ficam atrás.
São três jogos, onde cada um deles traz algo único.
Mue favorito é sem dúvidas Top Racer 2.
Me diverti muito jogando a campanha, tentando superar meus limites com voltas mais rápidas.
Porém todos os três são ótimos jogos, e tornam este pacote imperdível.
Joguei poucos títulos de corrida inéditos este ano, mas posso dizer que jogar Top Racer nesta coleção foi uma das experiências mais divertidas dos últimos tempos.
O pessoal da QUByte Interactive fez um excelente trabalho!
MELHOR PERSONAGEM
Este ano tomarei a liberdade para decretar um empate técnico, entre dois de meus personagens favoritos.
Lara Croft (Versão Clássica)
Uma das coisas mais legais de ter contato intenso com Tomb Raider clássico foi rever Lara Croft em ação.
Mas a Lara clássica, que tornou Tomb Raider um fenômeno em seu tempo.
A personagem enfrentou altos e baixos, e hoje em dia parece estar passando por uma crise de identidade.
Assim como infelizmente vem acontecendo com muitos dos personagens um pouco mais antigos.
Em Tomb Raider I-III Remastered ela está intacta, naquele bom e velho estilo que parece ser uma combinação de Indiana Jones e Bruce Wayne.
Buscando alguns dos tesouros mais cobiçados da humanidade, fazendo acrobacias pelos locais mais perigosos do mundo.
Com aquela pitada de absurdo que tanto gostamos.
Lara brilhou muito este ano, enquanto sua versão atual vem ficando mais genérica a cada jogo.
Vazia e sem força para sustentar os traços de personalidade que a tornaram um sucesso.
Por este contraste entre o antigo e o novo, a Lara clássica é minha personagem do ano.
Sonic (Versão Clássica)
Este ano reencontrei um dos personagens mais importantes de toda a minha vida de jogador.
Da mesma forma que aconteceu com Lara Croft, ao ver o Sonic clássico em ação tive a sensação de reencontrar um velho amigo.
Sim, até hoje não aconteceu de passar um ano sem jogar alguma aventura do ouriço azul.
Mas em Sonic Origins pude rejogar os quatro primeiros títulos da franquia, onde a primeira versão de Sonic brilhou e conquistou o mundo.
Amigável, heróico, sem jamais perder a simpatia.
Lá estava Sonic, correndo e frustrando os planos do Dr. Robotnik.
Não que eu ache a versão atual de Sonic ruim, como é o caso da versão atual de Lara Croft.
Ele é legal sim, apesar de às vezes parecer “arrojado” demais para o meu gosto.
Porém o Sonic clássico e barrigudinho não tem para ninguém.
É carisma puro!
JOGO DO ANO
UNCHARTED 4: A Thief’s End
Antes tarde do que nunca!
Estava com uma saudade imensa da série Uncharted, quando finalmente tive a oportunidade de jogar “Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões” no PC.
É como se o jogo estivesse lá guardado, me esperando por todos estes anos.
E posso dizer que chegou no momento exato!
Pessoalmente acho a franquia Uncharted um dos raros casos onde videogame e cinema são dosados na medida ideal.
Todos os jogos trazem uma história interessante, com cenas de ação capazes de deixar o jogador vidrado na tela.
Tudo isso com uma quantidade imensa de detalhes, e produção cinematográfica.
No pacote “Legado dos Ladrões” também existe outro jogo, chamado “O Legado Perdido”.
Aquele em que as personagens Chloe e Nadine são as protagonistas.
Também é ótimo, sem sombra de dúvidas.
Mas Uncharted 4: A Thief’s End é disparado o melhor item deste pacote.
Foi uma das experiências mais incríveis que tive com videogames nos últimos tempos.
Pouco tempo depois ainda assisti Os Goonies, para mexer ainda mais com a nostalgia e detectar algumas referências.
Quem jogou sabe do que estou falando.
No fim das contas fiquei contente ao reencontrar Nathan Drake e sua turminha do barulho.
Ao mesmo tempo triste, porque Uncharted é o tipo de franquia que dificilmente terá uma continuação neste mesmo nível.
Talvez seja apenas impressão minha, nunca se sabe.
O fato é que esta é uma aventura que vale a pena ser vivida!
Menção Honrosa:
Turbo Kid
Um dos melhores metroidvanias que já tive o prazer de jogar em toda a minha vida!
Absolutamente viciante, um título que traz aquela combinação de elementos como só os jogos independentes têm conseguido fazer ultimamente.
Turbo Kid foi um dos poucos jogos excelentes que me pegaram de surpresa.
Outros Destaques
Tomb Raider I-III Remastered
Por um momento fiquei tentado a dizer que este foi meu jogo do ano.
Mas não dá para dizer que é um jogo inédito para mim.
E nem que trouxe sensações tão novas quanto Sonic Origins.
Esta é uma coletânea com jogos que gosto muito, porém apenas em versões refinadas e levemente atualizadas.
Então não seria justo.
Mas que foi uma das melhores experiências deste ano, isso foi!
Peguei o túnel do tempo, e após terminar os dois primeiros jogos estou jogando Tomb Raider 3 aos poucos, com dó de terminar.
Felizmente a sequência já está no forno, e em 2025 teremos Tomb Raider IV-VI Remastered.
Este pacote é uma verdadeira aula de como trazer clássicos de volta.
Deathwish Enforcers
No universo dos jogos independentes encontrei esta pérola!
Um jogo fortemente inspirado em Sunset Riders, porém com outra temática.
Me diverti muito com Deathwish Enforcers, é um jogo que merece ser conhecido por mais pessoas.
Gostaria muito que ele tivesse mais fases, mais modos de jogo.
Mas dentro das limitações de orçamento deste universo dos jogos independentes é algo totalmente compreensível.
Bigode Games Awards 2024
Como disse no começo, este foi um ano em que poucos lançamentos chamaram minha atenção, tive poucas surpresas.
Os lançamentos que me atraíram, na maioria das vezes eram coletâneas ou novas versões de jogos clássicos.
Como é o caso do excelente Broken Sword – Shadow of the Templars: Reforged.
Somente quando comecei a escrever essa lista me dei conta que meu 2024 foi praticamente uma viagem de volta à geração 16 bits.
E que de todas as edições do Bigode Games Awards, esta sem dúvidas foi a mais retrô.
Ou a lista mais “datada” de todos os tempos, cheia de jogos que “envelheceram mal”, como diriam os maiores jornalistas de games do momento.
Pelo menos até hoje, porque se em 2025 os lançamentos continuarem deste mesmo jeito o mais provável é que eu continue procurando pérolas no passado.
Não é nenhum transtorno seguir procurando por grandes jogos, que ficaram guardados por tanto tempo, esperando para serem descobertos.
Pelo contrário, foi sem dúvidas um dos anos em que mais me diverti!
Então é isso pessoal, espero que tenham gostado.
Um grande abraço, obrigado por mais este ano.
E que venha 2025!
A paixão por videogames surgiu à primeira vista, em algum lugar entre as gerações 8 e 16 bits
Falar sobre games sempre foi uma parte da diversão, eu e meus amigos passávamos muito tempo jogando e conversando sobre nossos jogos, na antiga locadora do Bigode, em casa e na escola.
Mesmo num mundo cada vez mais digital, encontrar pessoas apaixonadas por videogames e falar sobre nossos jogos continua sendo importante.
Decidi então fundar a iniciativa Bigode Games, um lugar onde falamos sobre o melhor que os videogames podem nos proporcionar.