Road Rash Continua Sendo Insubstituível!

Como pode Road Rash continuar sendo amado por tantos jogadores?
Trouxe hoje uma história acontecida recentemente, que talvez explique um pouco mais sobre isso.


Correndo em Road Rash, entrei numa disputa acirrada pelo primeiro lugar, contra um piloto chamado Viper.

Iniciamos o combate, trocamos socos e ele me derrubou!

Subi novamente na moto e saí em disparada, querendo revanche.

Para minha surpresa, ao longo do caminho encontrei meu rival andando pela pista.

Ele também havia caído, provavelmente colidiu com algum obstáculo e estava indo recuperar sua moto.

Que triste ver um companheiro de corrida naquela situação, fiquei comovido.

Que triste ver um companheiro de corrida naquela situação, fiquei comovido.

Naquele momento fiz o que qualquer ser humano deveria fazer:

Passei com a moto por cima dele, seguindo rumo à linha de chegada, em primeiro lugar.

O efeito sonoro ao rampar em meu adversário tornou ainda mais mágica aquela fração de segundo em que as duas rodas de minha moto saíram do chão.

Viper ficou para trás, nem no pódio chegou, comeu poeira e ficou quebrado.

Me sinto orgulhoso por essa crueldade?
Sim, foi legal pra caramba!

Se fosse um adversário humano tudo bem, acho que eu não conseguiria ser tão cruel.

Mas naquele dia eu não estava muito afim de ser humilhado por um amontoado de bytes chamado Viper.

Screenshot de Road Rash 2

Os oponentes de Road Rash tinham NOMES.

Ao fim da corrida aparecia o retrato de alguns deles, falando alguma frase para tirar onda com a nossa cara.

Era algo que trazia humor para o jogo e dava mais pistas sobre a personalidade de alguns destes oponentes.

Nem sempre criar personagens é algo simples, mas Road Rash é a prova de que personagens são importantes.

É algo que dentre outras coisas, possibilita acontecimentos como este que contei acima.

Exatamente o tipo de história que eu ficaria empolgado para contar aos colegas quando estivesse falando sobre o jogo.

Teria sido engraçado atropelar um adversário qualquer?
Sim, teria.

Mas aquele ali não era qualquer um!

Era o Viper, o mesmo filho da mãe que tinha me derrubado a pouco tempo atrás.

E embora a aparência dele fosse a mesma que a de todos os outros corredores, saber que era ele quem estava ali deu um sabor totalmente diferente àquela cena.

Esse é o tipo de coisa que faz toda a diferença em todos os jogos, mas parece ser especialmente negligenciado dentro do gênero de jogos de corrida.

A Electronic Arts sabia disso (e parece que esqueceu), este mesmo ingrediente foi um dos pontos mais marcantes de jogos como Need for Speed Underground e Most Wanted, que também continuam sendo amados até hoje.

Nestes jogos isso foi implementado de maneira diferente, mas ainda assim eficaz.

Personagens foram especialmente importantes também em jogos que combinavam corrida e destruição.

Twisted Metal e FlatOut que o digam!

Inclusive, na minha humilde opinião este foi o último detalhe que faltou para tornar Wreckfest um jogo perfeito.

Road Rash ainda é o primeiro que vem na minha mente, por ter sido a primeira vez que vi este detalhe ser tão bem implementado.

Futuramente ainda foi expandido, com a criação de gangues em Road Rash 3D.

Road Redemption chegou muito perto de fazer a alegria dos órfãos de Road Rash.

Mas adivinhe só, um dos pontos em que o jogo mais peca é na ausência de uma boa ambientação e falta de elementos que agreguem personalidade.

Os corredores possuem nomes, mas são nomes de pessoas que apoiaram o projeto.

É altamente improvável que você veja o mesmo corredor duas vezes, tornando mais difícil a criação de uma rivalidade mais profunda.

Todo o conceito de Road Rash era impactante, mas ao meu ver três eram os ingredientes que trabalhando juntos o tornavam único: motos, pancadaria e personagens marcantes.

O humor e o clima de ilegalidade davam o toque final.

Por fim, uma jogabilidade sólida era a base sobre a qual tudo isso era construído.

Com a tecnologia atual é muito mais simples e possível criar mundos enormes, mas nenhum mundo fica interessante sem personagens para torná-lo vivo.

Torço para que um dia os desenvolvedores percebam a falta que dedicar tempo à criação de bons personagens faz.

Acredito que Road Rash é um dos jogos que ainda têm muito a ensinar, ao menos para as pessoas que estiverem dispostas a olhar para o passado.

Essa história é real e aconteceu na versão Playstation de Road Rash, contra o personagem Mike.
Substituí o nome de Mike em homenagem a Viper, que era meu rival mais implacável em Road Rash 2, jogo onde ocorreram diversas outras histórias como esta.

E você, também acha importante esse tipo de detalhe?

Tem algum acontecimento memorável envolvendo personagens de jogos de corrida?

Consegue se lembrar de algum jogo que te fez criar rivalidades com personagens?

Conte para aqui nos comentários ou lá no Twitter!

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