Glossário: Sobre Remasters e Remakes

Ainda que nosso foco não seja falar sobre a parte técnica dos games, vez ou outra faremos algumas publicações para falar um pouco sobre conceitos que talvez possam ser úteis.

E quem sabe até sejam uma motivação inicial para as pessoas se aprofundarem mais neste universo por si mesmas. Ou somente sirvam a nível de curiosidade mesmo.

Hoje falaremos sobre remasters e remakes. Você conhece ou já ouviu falar destes termos, mas nunca soube o que significam?

Acredite, mesmo sabendo o que cada um significa não é difícil se confundir ao tentar decifrar onde exatamente se encaixa um jogo destas categorias.

Isto porque a linha que separa um remake de um remaster pode ser muito tênue de vez em quando, causando confusão.

Crash Bandicoot também voltou em grande estilo

Pessoalmente gosto de associar palavras em Português a estes termos, na tentativa de auxiliar a identificar melhor caso a caso.

Explicarei melhor a seguir:

Remaster

Gosto de associar remaster a palavra “reaproveitamento”.

Você consegue se lembrar de algum álbum de algum artista que foi gravado com equipamentos antigos e posteriormente teve um CD ou álbum digital “remasterizado”?

Eles pegavam as faixas cheias de chiados, davam aquele trato nos estúdios e a versão remasterizada saia com um som limpo, com cara de novo e mais de acordo com as novas tecnologias.

O mesmo raciocínio pode ser adotado para os games, onde os desenvolvedores reaproveitam integralmente o material original e trabalham nas tecnologias e ajustes que permitam entregar o mesmo jogo e a mesma experiência em uma plataforma com tecnologias mais avançadas.

Existem remasters extremamente bem feitos, que melhoram resolução, texturas, implementam efeitos de iluminação atualizados e ainda aproveitam para entregar o jogo rodando bem mais “liso” do que o lançado originalmente em plataformas mais antigas.

Mas existem também remasters “espertinhos” que fazem poucos esforços, somente adaptando resolução e texturas, sem nem sequer se preocuparem com performance e melhorias. E muitas vezes ainda assim comercializam com preço de lançamento.

Remake

Traduzindo literalmente, remake significa “refazer”. E acredito que a tradução por si só seja o suficiente para ajudar a lembrar do que se trata.

Neste tipo de versão os produtores pegam um determinado título e o reconstroem, o refazem. O universo do jogo, história e elementos de jogabilidade, ainda que possam sofrer alterações, estarão lá em sua essência para manter aquele vínculo nostálgico e identidade do jogo em questão.

Claro que existem casos de remakes mais radicais, que além de reconstruírem o jogo desde suas bases, trazendo controles atualizados e gráficos refeitos, ainda ousam fazer algumas alterações na história, cenas e mecânicas do jogo.

Existem estes remakes radicais e existem remakes que modificam tão pouco que podem ser confundidos com remasters.

Alguns Exemplos:

Se eu fosse escolher uma franquia para exemplificar as diferenças entre remaster e remake, com certeza escolheria Resident Evil.

A franquia teve diversos relançamentos, nas mais diversas situações.

Como por exemplo o primeiro jogo da série que foi lançado em 1996, recebeu um belíssimo remake em 2002, que na época foi exclusivo do Nintendo Gamecube. Muito tempo depois (em 2015), livre dos contratos de exclusividade, este remake pôde ser lançado para outras plataformas. Mas naturalmente a tecnologia vigente naquele ano era muito mais avançada, a solução então foi remasterizar em 2015 o remake lançado em 2002. Sacou?!

REsident Evil REmaster do REmake

Resident Evil 4 também recebeu remasterizações e adaptações para as mais diversas plataformas, sem jamais receber recebido um remake até o momento.

Entre os mais recentes temos o remake de Resident Evil 2, outro clássico que foi reconstruído e trouxe gráficos avançados, mecânicas modernizadas e uma alteração drástica nas câmeras do jogo. Foi tão bem executado que concorreu a jogo do ano em 2019.

Ou o polêmico Resident Evil 3 remake, que reconstruiu um dos jogos favoritos da franquia, mas além de alterar sequências na história, cortou quantidades significativas de conteúdo, deixando muita gente decepcionada ou furiosa.

Outro caso curioso é o de Crash e Spyro, que receberam compilados atualizados dos primeiros três jogos de cada uma destas franquias. Em resumo os jogos foram reconstruídos do zero, mas com extrema fidelidade aos originais, fazendo praticamente uma engenharia reversa para que a fidelidade dos controles e da sensação de jogo fossem as mesmas.

A própria produtora as vezes aparenta indecisão ao definir se são remakes ou remasters, sendo casos realmente tão difíceis de explicar que nos fazem pensar se não estão faltando categorias para subdividir os remasters e remakes, para uma definição mais clara.

Conclusão:

Viu só como não é algo tão simples assim? Então não se sinta culpado por confundir. Nós mesmos aqui na redação, sabendo das diferenças as vezes trocamos os termos.

Pode ser divertido tentar decifrar em qual categoria um lançamento destes se enquadra, não necessariamente para que você possa sair por aí dizendo que é uma enciclopédia viva do mundo dos games.

A maior utilidade em diferenciar estes termos com certeza é saber o que esperar quando uma empresa anuncia um remaster ou remake daquele jogo que você tanto ama.

E também ajudar a estimar se o que a empresa vai entregar está de acordo com o que você procura, antes de investir seu suado dinheiro.

Existem outros termos como reboot e retrocompatibilidade, que às vezes podem ser colocados nesta salada aumentando a confusão, mas sobre estes falaremos em outras oportunidades.

Espero que tenham gostado. Até a próxima! Capitão Barry.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *