Para inaugurar nossa seção de recomendações aqui no balcão da locadora temos Yakuza 0, uma ótima porta de entrada para esta franquia!
A SEGA demorou a trazer Yakuza para o público de PC, mas Yakuza 0 foi a oportunidade que faltava para tornar o jogo acessível a todos, principalmente quem nunca havia jogado algo da série antes.
Isto porque Yakuza 0 é uma prequela, um jogo que foi lançado bem depois (quando a série já tinha uma quantidade considerável de títulos), mas conta uma história que ocorreu antes do primeiro jogo da franquia.
Ou seja, é o melhor de dois mundos pois foi desenvolvido com tecnologia relativamente recente (lançamento original em 2015) ao mesmo tempo em que não intimida quem nunca jogou e não quer pegar a história pela metade.
Quando o assunto é a série Yakuza podemos concordar e discordar de muitas coisas, mas é difícil negar que se trata de algo único.
Aquele climão de época (a história acontece entre 1988 e 1989), aquele jeito Japonês de contar histórias, uma combinação maluca de elementos, tudo misturado de um jeito que no fim consegue funcionar e fazer muito sentido.
Mesmo curtindo muito os jogos da SEGA, havia jogado bem pouco de Yakuza 4 no Playstation 3, tempo insuficiente para realmente conhecer o jogo, Yakuza 0 também foi meu ponto de partida na franquia.
Sempre ouvia as pessoas que jogaram algum Yakuza falando somente coisas boas e praticamente cultuando o jogo, o que me levava a questionar: “O que será que este jogo tem de tão bom”?
E realmente é difícil explicar por palavras!
Na maioria dos trailers do jogo você verá cenas de história e de luta, mas na realidade Yakuza 0 traz uma quantidade massiva e variada de conteúdo. Embora o combate realmente seja um dos pontos principais do jogo, você estará livre e solto em Kamurocho (e talvez algumas outras localidades que não mencionarei), um mapa que não tem o tamanho gigantesco dos jogos recentes de mundo aberto, porém é bastante denso e cheio de surpresas.
Durante o desenrolar da história de Kazuma Kiryu, entre um capítulo e outro, você estará livre para explorar o mapa e sou capaz de apostar que também será constantemente surpreendido.
Não pretendo falar muito sobre as surpresas, mas se fosse citar dois destaques para deixar alguém curioso sobre o jogo, com certeza seriam as missões secundárias e os estabelecimentos Club SEGA.
Estes estabelecimentos são representações de Game Centers reais da SEGA, contendo alguns jogos da época. A alegria que senti ao descobrir que poderia jogar Outrun (com direito a representação do arcade em formato de carro) foi indescritível!
Já em relação às missões secundárias, na maioria das vezes apresentam situações bizarras e engraçadas (algumas daquele jeito que só os Japoneses sabem criar) que trazem variedade e muitas vezes me fizeram sentir vontade de aplaudir em pé o que estava presenciando ali na tela.
Yakuza tem o poder de te fazer andar por uma montanha russa de emoções, consegue te deixar emocionado em um minuto e te fazer rir logo no minuto seguinte.
Algumas pessoas podem reclamar que neste jogo ainda existe um tempo de carregamento antes de entrar nos estabelecimentos, ou que o save seja manual (nas cabines telefônicas espalhadas pelo local), mas são coisas fáceis de se acostumar.
Infelizmente o jogo não é localizado em Português, algo que pode intimidar algumas pessoas já que é bem carregado de história e textos.
Por outro lado, a maioria dos textos fica na tela até que o jogador pressione o botão para prosseguir, então se você está praticando ou tentando aprender o idioma Inglês (a dublagem é exclusivamente em Japonês), pode ser uma ótima oportunidade para fazer isso enquanto aprecia esta obra de arte. Como nos velhos tempos, com a diferença que hoje o tradutor do celular substitui facilmente um dicionário de cinco quilos.
A combinação ousada de elementos, a liberdade de curtir tudo segundo seu próprio ritmo e a criatividade contida em cada parte do conteúdo me fizeram entender o motivo de Yakuza ter tantos fãs fervorosos, mas é sério, talvez você só entenda de verdade tentando jogar.
Alguns dizem que ele é a evolução dos clássicos de briga de rua, outros que é o sucessor espiritual de Shenmue, mas na realidade talvez Yakuza seja uma mistura de tudo isso e muito mais, batido no liquidificador. Quem é fã da SEGA certamente vai sentir aquele calor no coração e também se sentir em casa.
É um jogo longo, então prepare-se para incontáveis horas de jogatina. Caso você já esteja de olho neste título faz tempo, temos uma grande promoção da Steam se aproximando e muito provavelmente Yakuza 0 esteja por lá com um preço bem camarada. Adquirindo pelo preço promocional, caso goste do jogo, terá um valor de custo benefício absurdamente positivo.
Vale a pena conhecer a série Yakuza e o jogo de número 0 certamente é um excelente começo!
Marcão: Yakuza 0 é o tipo de jogo que o Bigode teria a cara de pau de deixar com etiqueta de lançamento e devolução em 24 horas por pelo menos uns dois anos.
Não é o estilo de jogo que normalmente me prenderia, mas curti demais as atividades e minigames.
Tio Pépe: Prato cheio para quem terá tempo de jogar no final de semana e provavelmente dure vários finais de semana até que consiga terminar a história principal. O ideal é sentar e jogar sem pressa, mas a variedade de conteúdo não impede de fazer umas missões, salvar e voltar outra hora.
A paixão por videogames surgiu à primeira vista, em algum lugar entre as gerações 8 e 16 bits
Falar sobre games sempre foi uma parte da diversão, eu e meus amigos passávamos muito tempo jogando e conversando sobre nossos jogos, na antiga locadora do Bigode, em casa e na escola.
Mesmo num mundo cada vez mais digital, encontrar pessoas apaixonadas por videogames e falar sobre nossos jogos continua sendo importante.
Decidi então fundar a iniciativa Bigode Games, um lugar onde falamos sobre o melhor que os videogames podem nos proporcionar.