Recentemente, o nosso ilustre amigo Gamer Caduco (do blog Gamer Caduco e host do Podcast Genérico de Games Antigos) compartilhou e celebrou que havia terminado 500 jogos.
A marca é impressionante, sem dúvidas.
Eu parabenizei o amigo, e enquanto no Twitter nós brincávamos sobre quem tinha zerado mais jogos, eu comecei a refletir.
Não muito tempo atrás, o excelentíssimo Cogumelando fez um vídeo explicando uma planilha que ele usa para manter registrado todos os jogos que finaliza.
O Cogu registra também duração, gênero, nota, data, e uma pá de dados mais.
No caso do Cogu, muitos desses jogos foram zerados em lives que ele faz na Twitch, o que adiciona uma camada mais de preservação dessas memórias, de registro histórico.
E é exatamente aqui que eu cheguei.
Eu sou uma pessoa que jogou até pouco na vida.
Jogo desde jovem, sim, mas não joguei tantos jogos assim.
Muitos de vocês frequentaram fliperamas e locadoras, e para mim isso não foi o padrão.
Também não peguei o auge da pirataria nos consoles da época do PS1 e PS2, e hoje, já mais velho, eu consigo contar com os dedos de uma mão os jogos que zerei no ano passado.
Eu gosto de jogar, mas jogo menos do que gostaria.
A festa do nosso amigo Caduco me pegou na hora certa.
Já desde o começo do ano que esse assunto vinha me incomodando.
Todo final de ano a Sony manda para os jogadores um resumo do seu perfil daquele ano.
Quantas horas você jogou, a que jogos dedicou mais tempo, esse tipo de coisa.
Em 2022, no meu PS4, eu joguei 76 horas, divididas em 4 jogos.
Eu olhei aquele número com certa tristeza.
76 horas por ano dá pouco mais de 1 hora por semana, de um console que eu gosto e tenho vários jogos ainda por jogar.
O que tinha acontecido então?
Não demorou até eu achar o culpado.
Pouco depois o Steam divulgou o perfil, e tinham sido quase 300 horas jogando um certo multiplayer online que, francamente, me dava mais raiva do que prazer.
Pouco depois veio a planilha do Cogu, e na sequência, a celebração do Gamer Caduco.
O Universo estava me mandando uma mensagem.
O Universo estava me mandando uma mensagem.
Eu não acho que a opinião de ninguém seja mais ou menos válida pela quantidade de jogos que a pessoa zerou.
Deus me livre de puxar a carteirinha gamer de alguém, até porque o primeiro que não pode falar muito sou eu, que até outro dia não tinha jogado Mario.
Mas, me bateu uma curiosidade grande vendo aqueles números.
Eu vejo alguns jogos que duram 2 horas, ou 6, ou 20, e penso que podia ter zerado dezenas deles em 2022, se não tivesse perdido tanto tempo passando raiva na frente do meu PC.
Podia ter absorvido histórias magníficas, conhecido personagens cativantes, aproveitando lindas trilhas sonoras.
Não desinstalei o jogo -já que ainda servia de reunião semanal com alguns amigos- mas limitei seriamente a quantidade de horas que ia dedicar por semana à ele.
E então, cliquei no Excel e comecei a fazer minha planilha.
Se você assim como eu está na curiosidade por descobrir quantos jogos já finalizou, vamos lá juntos nessa.
Em primeiro lugar, vamos lembrar que a primeira regra de qualquer sistema é não deixar que o sistema te paralise.
Seu primeiro videogame foi o Mega Drive, mas você não lembra das datas de quando jogou nada?
Simples, não ponha datas e siga adiante.
Você não vai lembrar do dia exato em que zerou Sonic & Knuckles, amigo, ninguém vai te julgar por isso.
Se quer guardar as datas, faça isso daqui para frente, e pronto.
Outro ponto que ajudará muito no futuro é fazer uma breve anotação quando finalizar o jogo.
Nem todo título vai merecer uma análise completa de 2 mil palavras, mas umas poucas frases vão te ajudar muito no dia que você ler aquilo ali e lembrar de como era o jogo.
A nossa mente funciona muito melhor seguindo diretrizes concretas e não tentando tarefas pouco precisas e vagas do tipo “lembra do jogo”.
Me facilitou muito seguir uma ordem cronológica.
Abri uma lista na Wikipedia de todos os consoles que já foram lançados, e fui por ordem.
É fácil saber aqueles que não tocamos nunca.
Pegue o primeiro videogame que você teve na sua infância, e comece a listar os jogos que já zerou, em qualquer ordem.
Depois, tente ir preenchendo os buracos.
Listou Streets of Rage? E o 2 e o 3? Vai colocar na lista?
Lembrando, estamos colocando só os nomes.
Nesta parte é muito fácil também eliminar os videogames que não tivemos mas que jogamos.
Se você teve um parente que tinha um videogame diferente do seu e você ia na casa dele jogar naqueles almoços de domingo, com certeza vocês não zeraram 200 jogos, não é?
Você vai perceber que conforme vai se aproximando dos dias de hoje, a quantidade de jogos aumenta.
Não só jogamos mais, como nossa memória é melhor e mais nítida.
Isso é normal.
Inclusive, se você terminar sua planilha e semanas depois lembrar de algum jogo mais, simplesmente edite ela.
Não fique preso na noção de que a lista não está perfeita porque, bom, ela nunca vai estar.
Sempre vai ter aquele jogo de celular que você jogou no Nokia N95 da sua tia em 2010 e que você nem lembra mais.
Simplesmente, tente deixar o registro o mais completo possível.
No meu caso, eu deixei por último o PC.
Joguei muito computador ao longo dos anos, mas consigo lembrar bem de quando comecei a jogar e que jogos iam permeando cada época da minha vida.
É sempre bom deixar o PC por último principalmente para evitar ficar travado no que se diz à geração, já que ele é um pouquinho diferente dos consoles tradicionais.
Se você quiser, também é uma boa chance para listar todos os “misturados”, aqueles jogos que não são de um console mas que você zerou.
Smartphones, tablets, máquinas arcades especiais, etc.
Se você costuma jogar Romhacks, essa é uma boa hora para lembrar deles também.
Quando a lista já estiver no embalo -lembrando que com certeza depois você lembra de algum jogo extra- , agora sim comece a preencher os outros campos.
Alguma nota, gênero, quanto demorou para finalizar, um comentário breve… Uma coisa que eu faço é colocar alguma frase do mesmo, e isso também me ajuda muito na hora das lembranças.
Ler o “Big Apple, 3 AM!” do lado das Tartarugas Ninja ou “A honra morreu na praia” de Ghost of Tsushima ajuda a lembrar da atmosfera do jogo.
Dependendo da frase, quase que a escutamos na nossa cabeça, não é?
Por último, é importante lembrar que um registro histórico não deve te obcecar com querer completar tudo, ou acabar os jogos rápido para encher mais a planilha.
Jogamos para nos divertir, e completar a planilha é simplesmente uma forma de relembrar aqueles momentos no futuro, tal qual um álbum de fotos.
Em uma viagem ou um evento familiar, você não vai em busca da foto perfeita com 25 mochilas de equipamento.
Você simplesmente registra o momento para ajudar a sua memória no futuro.
Porque, se algum dia eu chego nos mais de 500 jogos como o nosso ilustre amigo Caduco, duvido muito que eu lembre de cada aventura.
A paixão por videogames surgiu à primeira vista, em algum lugar entre as gerações 8 e 16 bits
Falar sobre games sempre foi uma parte da diversão, eu e meus amigos passávamos muito tempo jogando e conversando sobre nossos jogos, na antiga locadora do Bigode, em casa e na escola.
Mesmo num mundo cada vez mais digital, encontrar pessoas apaixonadas por videogames e falar sobre nossos jogos continua sendo importante.
Decidi então fundar a iniciativa Bigode Games, um lugar onde falamos sobre o melhor que os videogames podem nos proporcionar.
Demorei um pouco, mas cá estou eu!
Post lido, relido e vai um comentário nos meus padrões de quantidade… kkkkkk
Primeiro eu agradeço as menções por aqui e mais uma vez pelos parabéns.
A quantidade é expressiva, mas é pq eu realmente me dediquei a terminar jogos depois de um certo insight.
Curioso, ele foi muito parecido com o seu, mas o gatilho não foi o lance das horas que a Sony, Steam, Nintendo ou Microsoft nos fornece para nos dizer como foi nossa jogatina.
Na real eu me pegava em conversas sem saber que jogos eram aqueles que as pessoas tavam falando, entrava num daqueles joguinhos musicais com trilhas de jogos e acertava uma quantidade baixa pq não conhecia tanta coisa, etc.
Enquanto isso, minha Master League em mais um novo Winning Eleven ou PRO Evolution Soccer tava lá, super atualizado na temporada de 20XX jogando contra o time do Mega Man. Entre outros jogos que eu passei a chamar de “infinitos” me consumindo o pouco tempo de jogatina.
Resolvi parar com isso e tabelar tudo que havia terminado.
Concordo plenamente que este ou qualquer outro número não deixa minha opinião mais forte ou mais fraca que a de ninguém, mas pelo menos agora eu passo a entender do que muita gente tá falando. Infelizmente não tudo que gostaria, mas não dá pra abraçar o mundo (mesmo que tirem sarro de mim por eu ter braços compridos… kkk).
Então o lance é muito mais uma satisfação pessoal do que uma batalha contra outros jogadores.
Mas acho que vc viu isso no post, né? Só queria deixar as infos mais próximas do que vc escreveu no post.
A forma como o cara do Cogumelando classifica as coisas é bem interessante, hein? Vou pegar umas ideias. Baseado no que vc escreveu, não fui atrás do vídeo (eu tenho uma preguiça enorme com vídeos).
Na real há pouco tempo eu passei a tentar ordenar os jogos por data, algo que eu não fazia antes. Eu deixava só o ano que terminei e uma aba em uma planilha pra cada plataforma. Agora deixei uma aba com todos e as possíveis datas (mais da metade eu sei a data exata por fotos ou tweets).
Se possível quero tentar ajudar outras pessoas a chegarem em suas listas pessoais, mas a forma como vc escreveu o post eu achei muito legal. Deixou quase um manual pra galera ter um ponto de partida e ir customizando ou adaptando conforme a necessidade de cada um. Genial.
Outra coisa: recentemente eu descobri mais uns quase 10 jogos que eu não tinha listado, bastou eu abrir o case de jogos piratas de PS2 e me recordei de coisas… kkkkkk
Então assim, a gente nunca vai estar 100% correto na nossa lista do passado, e é importante estar em paz com isso.
Ou seja, é o que vc falou: a lista nunca estará perfeita! Ponto!
Bom, bora encher nossas listas! Caso seja importante para nós, claro! haha
Valeu Cap. Barry! Desculpa o textão…
Fala, Cadu! Tudo bom?
Obrigado pelos elogios ao texto. Como você mesmo falou, a lista nunca será perfeita, então o objetivo é ajudar as pessoas que queiram ir fazendo um registro ali. Fazer uma lista com “tudo que já se jogou” parece uma tarefa dantesca, mas dividir por consoles agilizou muito todo o processo. Primeiro os que tivemos, depois os que jogamos em casa de outras pessoas ou em locadoras, fez com que eu rascunhasse a minha lista em menos de 1 dia. Depois foi só ir completando conforme acontecia como com você (e encontrava algum case com mais jogos, ou coisa do tipo).
Eu acho a forma como o Cogu classifica exaustiva para o meu propósito, que é só registrar o título e alguns detalhes para que eu me lembre anos depois. Para ele e outros criadores de conteúdo que gostam desse tipo de métrica, aquela lista é um prato cheio. Mesmo você não curtindo vídeos, dá uma olhada no dele porque ele inclui um link para a famosa tabela, que tem uma pá de dados mais dos que eu citei aqui. Quem sabe, você não acaba pegando alguma ideia para o seu registro também?
Um abração, e nos vemos no próximo PGGA!
Caramba, uma presença ilustre nos comentários!
Eu é que agradeço, Cadu!
Escreva sempre que quiser, o tanto que quiser, é sempre um prazer ler seus textos.
Um abraço.