É preciso que os desenvolvedores tenham muita coragem para incluir a mecânica de morte permanente nos jogos de hoje em dia.
Mas ao revisitar o jogo Zombi, pude relembrar como essa mecânica tornou o jogo muito mais emocionante.
Zombi e ZombiU
Tendo sido lançado exclusivamente para Nintendo Wii U em 2012, o jogo Zombi U permaneceu exclusivo deste console.
Pelo menos até 2015, quando a Ubisoft finalmente conseguiu trazer o título para os consoles e PC.
O nome passou a ser somente Zombi sem o “U” no final, mas o jogo era o mesmo.
Foi necessário também adaptar algumas interações que ocorriam na tela touch do Wii U, transportando-as para a tela de nossas TVs e monitores.
Zombi é um jogo de terror de sobrevivência, que se passa numa Londres devastada por uma infestação zumbi.
Foi um jogo corajoso porque na época ainda não era comum que um jogo desse tipo utilizasse câmera em primeira pessoa, muito menos um de zumbis.
Mas a coragem não parou por aí e foi a mecânica de morte permanente que deu ainda mais importância à sobrevivência, tornando o jogo realmente diferenciado.
Sim, ainda é chocante andar por versões devastadas de locais famosos de Londres, mas seu grande mérito era fazer com que o jogador sentisse que sua pele estava em risco o tempo todo.
Perdendo um Amigo
Em meio a essa infestação zumbi, somos colocados no controle de uma pessoa aleatória.
Conhecemos então seu nome, sobrenome, idade e até mesmo profissão.
O objetivo naturalmente é escapar com vida daquele lugar, coletando recursos ao longo do caminho.
Mas a vida é delicada e quando estamos nos acostumando com essa pessoa, um ataque zumbi ceifa a vida dela.
A mochila que abastecemos durante a partida também fica ali, onde ocorreu este evento trágico.
O jogo recomeça e somos colocados no controle de outra pessoa, com outras características.
A jornada ficará ainda mais difícil, a mochila do novo personagem ainda está vazia!
Mas e se tentarmos voltar ao lugar onde nosso personagem anterior morreu?
Voltarmos então ao local daquele terrível ocorrido e ali está aquele personagem que foi nosso companheiro de jornada, transformado em zumbi.
Em suas costas ainda está a mochila, com nossos valiosos suprimentos!
Só nos resta então destroçar a versão zumbi de nosso ex-companheiro.
Finalmente os itens de nossa jornada anterior vão para a mochila de nosso personagem atual.
No chão ficam os restos daquele que arriscou a própria vida para reunir todos aqueles preciosos suprimentos.
Uma pessoa com nome, sobrenome e profissão está largada ali no chão, ou pelo menos o que restou dela.
É hora de nos despedirmos, não a veremos nunca mais.
Viramos as costas e seguimos a jornada, com o novo companheiro, fazendo de tudo para que ele saia com vida e esta cena terrível não precise se repetir.
Permadeath Muito Bem Implementada
Por ser um jogo de 2012, ainda é muito impressionante como a Ubisoft conseguiu implementar a mecânica.
Não escolhemos os personagens, ao começar as partidas somos apresentados a um personagem de visual aleatório.
Apesar de ser um jogo em primeira pessoa, conseguimos ver nosso personagem inteiro quando entramos no menu, algo que acontece com certa frequência.
E no menu existe ainda uma ficha de identificação, com os dados daquela “pessoa”.
É simples, mas é o suficiente para nos apegarmos àquele personagem.
O toque final, ou requinte de crueldade, está em fazer o jogador enfrentar a decisão de matar seu antigo personagem para pegar os itens de volta.
Outros Jogos Com Mecânica de Permadeath
Poucas vezes vi este recurso ser tão bem implementado.
E com certeza é o tipo de mecânica que quando bem implementada, pode tornar um jogo inesquecível.
Numa rápida busca em minha memória, lembrei apenas dos incríveis jogos da série X-com e de State of Decay, que também é de zumbis.
Você gosta da mecânica de morte permanente em seus jogos?
Consegue me ajudar a lembrar de outros jogos que tenham implementado isso tão bem?
A paixão por videogames surgiu à primeira vista, em algum lugar entre as gerações 8 e 16 bits
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